Decisão judicial aponta que produtor de eventos não participou de estupro
A Promotoria de Justiça da Comarca de São Roque solicitou o arquivamento do inquérito policial que investigava uma denúncia de estupro registrada em agosto de 2023, envolvendo um grupo de pessoas e um adolescente de 17 anos, supostamente ocorrido no estacionamento da casa noturna Pepper, em São Roque.
Entre os investigados estava o promotor de eventos Lucas Di Mário, que, segundo o Ministério Público, não teve participação nos fatos e colaborou integralmente com as investigações, fornecendo inclusive material genético para exame de DNA, cujo resultado apontou incompatibilidade total com o material colhido da vítima.
O caso foi amplamente investigado pela Polícia Civil de São Roque, que ouviu todos os envolvidos, analisou imagens de câmeras de segurança, mensagens e áudios de celulares. Durante o processo, foram colhidos depoimentos do adolescente, de amigos, de testemunhas, de Lucas Di Mário e de outros frequentadores do evento.
Segundo o relatório final da autoridade policial, “diante dos elementos angariados ao longo de uma investigação extensa, verifica-se a impossibilidade de identificação do autor dos fatos”. O Ministério Público, ao analisar os autos, concluiu que não há elementos suficientes para a propositura de ação penal, destacando a ausência de testemunhas presenciais e contradições nos depoimentos prestados.
Em seu parecer, o promotor responsável ressaltou que, embora seja reconhecida a gravidade da denúncia e o relato da família, as provas apresentadas não sustentam a acusação. “Nenhuma das testemunhas presenciou conduta suspeita por parte dos investigados. Além disso, o resultado do exame de DNA demonstrou a incompatibilidade do material colhido da vítima com os suspeitos”, destacou o documento.
As imagens das câmeras de segurança também contradizem a versão inicial apresentada. Segundo o laudo, não há registros visuais da vítima sendo conduzida ao estacionamento ou acompanhada por Lucas Di Mário e os demais citados. O relatório ainda aponta que, nos horários mencionados como de “lapso de memória”, o jovem aparece se movimentando sozinho dentro da casa noturna.
Diante da ausência de provas concretas, o Ministério Público concluiu que a continuidade do processo seria “uma ação temerária”, afirmando que a instauração de uma ação penal sem elementos sólidos “atentaria contra o status dignitatis dos investigados”.
Com base nesses fundamentos, o órgão requereu o arquivamento definitivo do inquérito, ressaltando, contudo, que a autoridade policial poderá retomar as investigações caso surjam novas provas.
Após a decisão, Lucas Di Mário afirmou que ingressará com ações civis e criminais contra uma página nas redes sociais que chegou a publicar sua foto, o acusando injustamente.
“Foram meses de muita dor, mas sempre confiei na Justiça e na verdade. Agora é seguir em frente e reparar os danos causados por essa exposição injusta”, declarou o promotor de eventos.

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